Kill your boyfriend, baby


Hoje eu li um comic chamado Kill your boyfriend, do Grant Morrison.

A história é sobre uma menina de uns 15, 16 anos que odeia a escola, odeia o namorado, odeia os pais, odeia a vida, basicamente. Aí ela conhece um garoto rebelde, born to be wild, mistura de James Dean com Marlon Brando e os dois viram anarquistas sem limites. Você já viu essa história antes, eu sei. Mas isso é porque ela já foi contada e re-contada durante, no mínimo, três gerações. Mas fala a verdade, ninguém nunca se cansa. E se a história é contada do jeito certo (o que quer dizer, não pelos seus pais), ela não termina com “viram, crianças? O crime não compensa...”

Bom, recomendo altamente. Mesmo assim, quando eu terminei, tudo que eu conseguia pensar era

“O que que eu to fazendo?? O que que eu to fazendo?!!? O QUE QUE EU TO FAZENDO???”

Alguém já assistiu I ♥Huckabees? Foi tipo a primeira cena. “Fuck, what am I doing here??” Nós somos piores do que a Geração Coca-Cola, nós somos a Geração Coca Zero. E só estamos ficando mais moralistas, mais puritanos, mais suburbanos, mais engradados, mais iguais a cada década. Tudo que nós vamos ensinar aos nossos filhos (um casal, um biológico e um adotado, de preferência de um país miserável, bons alunos, católicos, apostólicos, romanos, amém) é a respeitarem os mais velhos, os mais novos, os da mesma idade, os seus antepassados e seus futuros descendentes, as faixas de pedestres, as placas de não fumar, as de animais silvestres na pista, o sistema público, os impostos, os banhos de 8 minutos, os avisos de atar cintos, o presidente Bush. OKAY! Nem todas essas coisas são ruins, algumas até devem ser ensinadas, mas tudo isso eles poderiam aprender lendo encartes ou assistindo o Discovery Kids.

Eu não quero mais ser uma representante fiel da geração de jovens mais bem-comportados desse século e do passado. “Nineteen” é, claramente, o último ano de “teen” e eu acho que tudo que fiz foi crescer. Não sei se fui eu (e “eu” inclui a maioria das pessoas que eu conheço da minha idade) que fiquei adulta muito rápido ou se ninguém está ficando.

E eu acredito que não estou sozinha quando eu digo que quero:

- Ser irresponsável sem perceber

- Cabular aula sem peso na consciência

- Ser vadia ser se importar com o que os outros falam de mim

- Não me importar com o que os outros falam de mim, ponto.

- Ser anarquista/hippie/comunista/rebelde-sem-causa e ainda lavar o cabelo

- Fazer o que eu fizer porque eu sei que é isso que eu quero

- Fazer jus ao que todos os “adultos”, de todas as gerações da História, reclamavam

- Me preocupar mais com o que eu to fazendo no mundo do que com o trabalho pra semana que vem

Quem ta comigo põe o dedo aqui.

Mãe, eu quero ser a Janis Joplin


Sessentindo:

letárgica



Audiovisuando: Danny Elfman - Little Things


PS: And kill your boyfriend, if you wish.

2 comentários:

  1. eu tbm quero tudo isso. até pq eu sou chata e mal humorada cansada de tentar não ser!



    ;P

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  2. Concordo com você. Acho que não precisamos ser a geração perfeita e passar adiante. É preciso que alguns erros sejam aprendidos com os próprios erros e não ensinados antes de ser realizados.

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Rindo comigo